Já era hora, né Tássia!
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Varejo: Pequenos comerciantes já detêm 37% do varejo do país e forçam multinacionais a mudar estratégias
Daniel Rittner, de Buenos Aires 05/04/2010
O chinês Yan Sheng Long atravessou o mundo há pouco mais de uma década para reencontrar a família, que havia chegado à Argentina e encontrara no varejo o sustento no novo país de residência. Hoje Sheng, seus irmãos e primos têm cerca de 100 supermercados na Grande Buenos Aires. "Não penso mais em voltar para a China. Minha vida está aqui", afirma o comerciante, esforçando-se para falar em espanhol, até desistir e recorrer ao auxílio de uma intérprete.
É gente como Sheng e sua família que mudou a estratégia de grandes multinacionais, como Walmart e Carrefour, para crescer na Argentina. Um estudo da NCC Consultoria indica que os supermercados chineses faturam 6 bilhões de pesos por ano (R$ 3 bilhões) e detêm 37% do varejo no país. Basta caminhar algumas quadras em qualquer bairro portenho para comprovar a veracidade da estimativa: com cerca de 8 mil pontos de venda espalhados pela Argentina, sobretudo em Buenos Aires e imediações, a presença chinesa é mais visível do que qualquer grande marca global do setor.
Tudo começou, na realidade, com a chegada de imigrantes de Taiwan e de Hong Kong, nos anos 60 e 70. Foram eles que se iniciaram no varejo e transferiram know-how da operação de supermercados aos chineses, cuja chegada faz parte de um movimento mais recente, das décadas de 80 e 90. É uma imigração proveniente, sobretudo, da Província de Fujian, no sudeste da China, com tradição comercial.
Estima-se que haja uns 70 mil chineses vivendo hoje na Argentina, além de uma crescente comunidade constituída pela segunda geração. É o suficiente para deixar marcas importantes, como um recém-nascido Bairro Chinês, encravado em Belgrano, uma zona de classe média no norte da capital, com o típico arco oriental de boas-vindas.
Mas nada, por aqui, está tão associado aos chineses como a sua maciça participação no varejo. "Eles aprendem a tarefa no próprio trabalho, com seus sócios ou parentes. Trabalham todo o dia e a maioria só vê TV ao terminar a jornada de trabalho, depois das 22h. Praticamente não leem jornais argentinos, mas acessam habitualmente a internet", descreve o estudo da consultoria NCC. De acordo com o relatório, são 14 novos supermercados por mês de origem chinesa. Desde a crise de 2001, com a desvalorização do peso, as redes de médio e grande porte diminuíram sua fatia no segmento de 47% para 33%. Vários fatores colaboraram para essa mudança, nota a consultoria.
Por um lado, os chineses reuniram três características apreciadas pelos clientes: boa oferta de produtos, preços competitivos e proximidade de casa - o estudo aponta distância média de nove quarteirões entre um supermercado e outro. Enquanto isso, as redes maiores passaram a sofrer de um efeito social negativo: o consumidor, acostumado a ir aos hipermercados para a compra do mês, não podia mais encher o carrinho e se sentia excluído, diz a NCC. A crise passou, os costumes ficaram.
"Tem espaço para todo mundo", afirma Yolanda Durán, presidente da Cedeapsa, associação que reúne os supermercados chineses, negando o surgimento de uma guerra comercial com as grandes redes. Mas as multinacionais estão se armando para enfrentar a surpreendente concorrência. O Carrefour inaugurou duas pequenas unidades de bairro, em dezembro, e pretende gastar parte dos 250 milhões de pesos (R$ 125 milhões) em investimentos neste ano para abrir mais dez lojas nesse formato. A Walmart também faz essa aposta e já tem 19 unidades da marca Changomás, para compras menores e mais rápidas.
Yolanda descreve as "vantagens" dos supermercados chineses na disputa pela preferência dos consumidores: são geralmente negócios familiares, com redução dos custos trabalhistas, há mais liberdade para fazer promoções, menos filas e "atenção personalizada". "Quando começam a se formar filas, abre-se um novo caixa. A eficiência do serviço interessa ao próprio dono, que está ali. Nas grandes redes, só falta pedirmos por favor para comprar", ironiza Yolanda.
Para negociar melhor com os fornecedores e conseguir baratear as mercadorias, muitos supermercados se organizaram em "pools" para arrancar preços melhores - principalmente em produtos da cesta básica - de fabricantes e distribuidores. Yolanda diz que a inexistência de máquinas para pagamento com cartões de débito e de crédito transforma-se em um benefício nas negociações com fornecedores. "Temos a vantagem de que entra dinheiro todos os dias."
Em um sinal de que os chineses já se tornaram protagonistas no comércio varejista, a Cedeapsa tem conversado com bancos para criar um sistema de cartões pré-pagos, com 500 pesos de limite, que poderão ser carregados em qualquer supermercado e evitar o transtorno causado pela falta de moedas para troco.
É gente como Sheng e sua família que mudou a estratégia de grandes multinacionais, como Walmart e Carrefour, para crescer na Argentina. Um estudo da NCC Consultoria indica que os supermercados chineses faturam 6 bilhões de pesos por ano (R$ 3 bilhões) e detêm 37% do varejo no país. Basta caminhar algumas quadras em qualquer bairro portenho para comprovar a veracidade da estimativa: com cerca de 8 mil pontos de venda espalhados pela Argentina, sobretudo em Buenos Aires e imediações, a presença chinesa é mais visível do que qualquer grande marca global do setor.
Tudo começou, na realidade, com a chegada de imigrantes de Taiwan e de Hong Kong, nos anos 60 e 70. Foram eles que se iniciaram no varejo e transferiram know-how da operação de supermercados aos chineses, cuja chegada faz parte de um movimento mais recente, das décadas de 80 e 90. É uma imigração proveniente, sobretudo, da Província de Fujian, no sudeste da China, com tradição comercial.
Estima-se que haja uns 70 mil chineses vivendo hoje na Argentina, além de uma crescente comunidade constituída pela segunda geração. É o suficiente para deixar marcas importantes, como um recém-nascido Bairro Chinês, encravado em Belgrano, uma zona de classe média no norte da capital, com o típico arco oriental de boas-vindas.
Mas nada, por aqui, está tão associado aos chineses como a sua maciça participação no varejo. "Eles aprendem a tarefa no próprio trabalho, com seus sócios ou parentes. Trabalham todo o dia e a maioria só vê TV ao terminar a jornada de trabalho, depois das 22h. Praticamente não leem jornais argentinos, mas acessam habitualmente a internet", descreve o estudo da consultoria NCC. De acordo com o relatório, são 14 novos supermercados por mês de origem chinesa. Desde a crise de 2001, com a desvalorização do peso, as redes de médio e grande porte diminuíram sua fatia no segmento de 47% para 33%. Vários fatores colaboraram para essa mudança, nota a consultoria.
Por um lado, os chineses reuniram três características apreciadas pelos clientes: boa oferta de produtos, preços competitivos e proximidade de casa - o estudo aponta distância média de nove quarteirões entre um supermercado e outro. Enquanto isso, as redes maiores passaram a sofrer de um efeito social negativo: o consumidor, acostumado a ir aos hipermercados para a compra do mês, não podia mais encher o carrinho e se sentia excluído, diz a NCC. A crise passou, os costumes ficaram.
"Tem espaço para todo mundo", afirma Yolanda Durán, presidente da Cedeapsa, associação que reúne os supermercados chineses, negando o surgimento de uma guerra comercial com as grandes redes. Mas as multinacionais estão se armando para enfrentar a surpreendente concorrência. O Carrefour inaugurou duas pequenas unidades de bairro, em dezembro, e pretende gastar parte dos 250 milhões de pesos (R$ 125 milhões) em investimentos neste ano para abrir mais dez lojas nesse formato. A Walmart também faz essa aposta e já tem 19 unidades da marca Changomás, para compras menores e mais rápidas.
Yolanda descreve as "vantagens" dos supermercados chineses na disputa pela preferência dos consumidores: são geralmente negócios familiares, com redução dos custos trabalhistas, há mais liberdade para fazer promoções, menos filas e "atenção personalizada". "Quando começam a se formar filas, abre-se um novo caixa. A eficiência do serviço interessa ao próprio dono, que está ali. Nas grandes redes, só falta pedirmos por favor para comprar", ironiza Yolanda.
Para negociar melhor com os fornecedores e conseguir baratear as mercadorias, muitos supermercados se organizaram em "pools" para arrancar preços melhores - principalmente em produtos da cesta básica - de fabricantes e distribuidores. Yolanda diz que a inexistência de máquinas para pagamento com cartões de débito e de crédito transforma-se em um benefício nas negociações com fornecedores. "Temos a vantagem de que entra dinheiro todos os dias."
Em um sinal de que os chineses já se tornaram protagonistas no comércio varejista, a Cedeapsa tem conversado com bancos para criar um sistema de cartões pré-pagos, com 500 pesos de limite, que poderão ser carregados em qualquer supermercado e evitar o transtorno causado pela falta de moedas para troco.
Uhulll Viva a China Comunista!!!
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